3 Comentários

Excelente artigo, muito obrigada pela partilha do mesmo. É muito interessante ver que a procura aumentou em Lisboa e no Porto e que a oferta caiu a pique. Para mim, este texto elimina muitos argumentos como "os estrangeiros é que inflaccionam os preços" (quando os portugueses são o principal comprador"); ou "Não podemos viver todos em Lisboa ou no Porto" ou "o alojamento local está a tirar lugar a casas" (quando apenas representa 5%).

Estes dados mostram que construiu-se num ano (2002) o equivalente a 10 anos, por isso a solução está à vista: haver uma estratégia claríssima de incentivar à construção sustentável, rápida e para milhares de pessoas.

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Obrigado Rita. Sim, a Oferta é para mim a componente mais importante, mas eu cometi um erro no artigo que corrigi noutro artigo mais à frente (https://zetcetera.substack.com/p/os-mercados-nao-funcionam-assim). A baixa percentagem de estrangeiros não importa muito. Podes pensar no caso recente da Rússia para explicar porquê. A Rússia só fornecia 10% do consumo de energia europeu, o que não impediu os preços de disparar absurdamente. Aplica-se o mesmo aos estrangeiros que, apesar de serem apenas 5% em Portugal, se fores às grandes cidades devem ser uns 15% das compras e talvez até 25% do valor total. Ou seja, a compra dos estrangeiros e o AL não ajudam à questão e na minha opinião, enquanto se ataca o problema do colapso da Oferta, temos que reconhecer que construir casas demora muito tempo, podemos fazer algo do lado desse tipo de Procura. Na minha opinião, a melhor solução (e uma excelente solução para vários dos nossos problemas) é um Land Value Tax, sobre o qual também escrevi um artigo, caso te interesse (https://zetcetera.substack.com/p/one-tax-to-rule-them-all).

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Obrigada pelo esclarecimento e vou ver os links.

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